Num mundo em constante transformação em todas áreas do saber, o grande desafio a ser enfrentado pelo cidadão graduado é manter-se atualizado frente às inovações tecnológicas inerentes a sua profissão. Atualizar-se é a palavra-chave e o único caminho para quiçá garantir a sobrevivência num mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Passada a euforia da colação de grau na universidade, no dia seguinte abrem-se as portas para um íngreme caminho. É a selva urbana à espera dos candidatos ao sonhado e necessário emprego. Os vencedores serão aqueles que estiverem bem preparados para a acirrada disputa por uma colocação.
Fonte: Jornal O Globo, 23/09/2010 - Rio de Janeiro RJ - in clipping.com.br (Por Jorge Carlos Mastroberte).
Na iniciativa privada, os currículos a serem selecionados pelos departamentos de recrutamento e seleção serão objeto de criterioso pente fino. Extensão universitária e fluência em língua estrangeira já estão no rol dos quesitos elementares. A ausência dessas informações, dependendo do nível de exigência da função, já decreta o descarte do pretenso candidato. Aqueles que vencerem o primeiro round serão intimados a passar por longas entrevistas. A aparência pessoal, sem qualquer dúvida, continua sendo o principal cartão de visita. A postura e fluência verbal devem necessariamente indicar tratar-se de sujeito empreendedor, dinâmico e não deixar dúvidas que se sente honrado e muito feliz por estar recebendo tamanha oportunidade. É o prêmio de loteria da sua vida. Deve estar apto a responder a uma variedade de testes psicológicos, perguntas sobre a sua vida particular e de sua família, sempre se mostrando simpático e afável. Não pode jamais mostrar sinais de nervosismo, inquietação ou estar cansado de tantas perguntas. Chega-se, então, ao ponto crucial que define quem será o vencedor da contenda. O candidato escolhido será aquele que conseguir demonstrar e convencer os entrevistadores que vale a pena investir nele. Uma verdadeira joia rara à espera de alguém que a encontre. Demonstrar todas essas qualidades exige muito mais do que um simples diploma de curso superior. É comum encontrar homens e mulheres bem preparados no que tange ao quesito formação cultural, com vários cursos técnicos, pós-graduação, fluência em idioma estrangeiro, mas que encontram uma montanha de dificuldades na hora em que necessitam mostrar-se a si próprio, ou seja, quem eles são realmente, quais as suas características pessoais, humanas. Alguns se tornam verdadeiros artistas na busca frenética para participar do elenco da peça. É a verdadeira encarnação do personagem que faltava. Os casos raros que conseguem transparecer algo que não são na vida real em pouco tempo trazem consigo a frustração para ambos os lados. A indústria dos concursos - Infelizmente, a maioria dos estudantes, desde os primeiros anos de escola, é incentivada pelos pais e professores a estudar para conseguir um bom emprego. Esse fato justifica o baixo percentual de indivíduos com as características de empreendedores. Em razão de todas essas dificuldades, considerável número de cidadãos graduados e estudantes universitários parte em busca dos concursos públicos. O salário nem sempre é o esperado, mas ao menos garante a sobrevivência e afasta o fantasma da despedida arbitrária. O Estado, felizmente, não examina se o sujeito é feio ou bonito. A grande demanda por um cargo ou emprego público tornou a indústria dos "cursinhos preparatórios" um bom negócio. Dependendo do cargo pretendido, é necessário anos de estudo para passar. Equivale à outra faculdade. O problema é passar no concurso. O importante é ter sempre em mente, independentemente do local onde se irá trabalhar, que cada indivíduo traz consigo sua característica natural. É preciso demonstrar quem realmente somos e como percebemos o mundo ao nosso redor. Somos seres individuais, por isso ninguém é exatamente igual ao outro. O aprendizado adquirido nas universidades torna-se de pouco valor quando a ele não são acrescentadas as qualidades intrínsecas de cada um. Defeitos todos nós temos. Eless precisam ser identificados e rotineiramente corrigidos até que consigamos torná-los insignificantes diante das nossas qualidades.

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